Vamos lá então voltar às variáveis. Lembra-se daquela diferença entre 6/2 = 3.0 ou 3? Sim, estes resultados têm um tipo diferente: 3.0 é um número de vírgula flutuante (isto é, permite casas decimais), enquanto 3 é um número inteiro. Se experimentarmos:
>>> type(3) <class 'int'> >>> b=2 >>> type(3.0) <class 'float'> |
A principal diferença entre estes tipos de variável prende-se com o modo de armazenamento interno destes valores no computador. Além disso, de um modo geral as operações entre variáveis ou valores do mesmo tipo resulta no mesmo tipo, com a notável exceção da divisão de números inteiros que, como já vimos, em Python 3.0 resulta num número float. De momento, não dá para perceber qual a utilidade entre ter números inteiros ou de vírgula flutuante, mas veremos isso mais tarde, quando falarmos em enumeração.
Já agora, uma curiosidade: o Python permite utilizar também números complexos (ou imaginários). Para representar a parte imaginária, usa-se a letra j (e não a i, a que estamos habituados). Experimente:
>>> (3 + 5j) + (2 - 7j) (5-2j) >>> 3 + 5j + 2 - 7j (5-2j) >>> type(5-2j) <class 'complex'> |
Para resumir: operações entre inteiros podem resultar em inteiros ou de vírgula flutuante; entre inteiros e de vírgula flutuante resulta sempre em vírgula flutuante; entre valores em vírgula flutuante e complexos resulta sempre complexos.
Até agora, só vimos números. Mas existem outros tipos de valores: as cadeias de caracteres, que constituem texto. Estas são definidas colocando caracteres entre plicas ('') ou entre aspas (""). Por exemplo:
>>> "Olá mundo!" 'Olá mundo!' >>> letras = 'Olá mundo!' >>> letras 'Olá mundo!' >>> type(letras) <class 'str'> |
Também podemos criar variáveis com texto, e ver o seu conteúdo. e o tipo destes valores ou variáveis é str, diminutivo de string. Aqui estão mais umas coisas que se podem fazer com as cadeias:
>>> "Olá " + "mundo!" 'Olá mundo!' >>> "Olá! "*5 'Olá! Olá! Olá! Olá! Olá! ' >>> letras = 'abcdef' >>> letras[2] 'c' >>> letras[2:5] 'cde' >>> 'cde'[1] 'd' |
E finalmente, aquela coisa dos parêntesis retos ([]) é chamada de slicing (em português poderia traduzir-se por seccionamento, mas não me soa tão bem...), e pode usar-se com definição de um ou dois números: se usarmos um, vai buscar o caracter que se encontra na posição definida pelo número; mas atenção que a contagem começa com zero!! No exemplo acima, o caracter 'c' é o terceiro de letras, mas fica na posição 2 se contarmos a partir de zero. Quando se usam dois números separados por ':', o primeiro número aponta para a posição do primeiro caracter a incluir, e o segundo número indica qual o caracter onde se para, não incluindo esse. No exemplo acima, 2 é o terceiro caracter e 5 é o sexto ('f'), que já não foi incluído no resultado. A última linha mostra que podemos seccionar diretamente uma cadeia, não precisa de ser uma variável. Mais uma vez, isto não é tudo, e voltaremos a este assunto mais tarde...
E vamos terminar com o último tipo elementar de que falta falar: o booleano. Este só pode assumir dois valores: verdadeiro (True) ou falso (False). Sim, têm de ser com a primeira letra maiúscula.
>>> True True >>> True == False False >>> True != False True >>> type(True) <class 'bool'> |
E por agora chega.
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